terça-feira, 23 de junho de 2009

Curiosidades

Retiradas do livro Interpretação de Edson Nery Fonseca. Antonio Motta. Bagaço. 2001:

Edson Nery da Fonseca e Gilberto Freyre cultivaram uma amizade de mais de quarenta anos. Assim como Edson Nery da Fonseca, Gilberto Freyre era pernambucano, nascido no Recife em 1900, faleceu aos oitenta e sete anos. Os longos anos de estudo das obras de Freyre e a aproximação e convivência entre ambos renderam a Nery da Fonseca o título de Gilbertólogo, ou Gilbertófilo como ele prefere ser denominado. A amizade entre os dois também rendeu um compadrio, Edson Nery da Fonseca, o “tio Gigante”, foi o escolhido por Fernando, filho de Freyre, para ser seu padrinho de crisma.

Guardo em meus arquivos a mensagem que recebi a alguns anos atrás: ‘Um dia – faz muitos anos – certo menino convidado pelos Pais ao escolher seu Padrinho de Crisma, apontou, sem vacilar, o Tio Gigante. E na igrejinha de Boa Viagem, em outro dia também perdido no tempo, o afilhado e seu Padrinho renovaram juntos as promessas do Batismo. Como disse Joaquim Nabuco, o traço da vida é um desenho da infância que o adulto conserva pelo resto da vida. Meu caro Fernando, você é o desenho que eu conservarei por toda a vida. 8 de agosto de 1978. Edson Nery da Fonseca’.
FREYRE, Fernando de Mello. Um devoto dos livros. In: MOTTA, Antonio; VERRI, Gilda Maria Whitaker (orgs.). Interpretação de Edson Nery da Fonseca. Recife: Bagaço, 2001. p. 165-172.
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Durante o Ciclo de Conferências sobre Casa-grande & senzala, em 1983, Edson Nery da Fonseca revela:
A primeira referência que ouvi a respeito de Casa-grande & senzala foi de que se tratava de um livro imoral. No curso pré-jurídico do Colégio Oswaldo Cruz, um certo professor Moacir de Albuquerque recomendara a leitura da obra e uma das alunas era minha irmã mais velha; ouvi-a contar em casa ter o pai de uma de suas colegas proibido a leitura prescrita pelo professor em nome da moral.
FREYRE, Fernando de Mello. Um devoto dos livros. In: MOTTA, Antonio; VERRI, Gilda Maria Whitaker (orgs.). Interpretação de Edson Nery da Fonseca. Recife: Bagaço, 2001. p. 165-172
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No ano de 2000, em comemoração ao centenário de nascimento de Gilberto Freyre, Edson Nery da Fonseca é designado pela Fundação Gilberto Freyre para auxiliar no projeto que pretendia filmar um documentário do Freyre, sob a direção de Nelson Pereira dos Santos. Entretanto, além de conselheiro também se tornou o narrador/ator do primeiro episódio de quatro que seriam filmados. Essa primeira parte abordava a vida e a importância de Casa-grande & senzala. A princípio o ator José Wilker havia sido designado para tal tarefa, mas impossibilitado de assumi-la Nelson Pereira dos Santos resolveu convidar Edson Nery da Fonseca, que não só aceitou como surpreendeu o diretor e sua equipe.

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