Antonio Miranda
Na cadeira de balanço, com um gato
no colo, mais bem seria um livro,
um terço, uma fruta, uma caixa.
Está lendo Bandeira, talvez Oscar Wilde,
relendo Gilberto Freyre – ou seria Mallarmé?
enquanto acaricia o felino predileto.
Sonha e rumina seu amor secreto.
Aristocrático, sim, e por que não?
Não importa se de origens lusitanas
fidalgas (de antigas capitanias) ou
se descendente de imaginários holandeses.
Se não por sangue, por afinidades,
(de ingleses, por certo) pernambucanidades,
herdades cultivadas e consubstanciadas.
Altivo, ativo, polêmico, apaixonado,
na sua Olinda colonial, junto à
igreja de sua maior devoção,
mas seu coração é livre, aberto
- livro aberto – numa fé que é
a um tempo carnal e transcendente.
Disponível em: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_ilustrada/portugues/edson_nery.html
Acesso em: 20 de junho de 2009
Um comentário:
Digno!
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